Sunday, September 25, 2011

A crise do Euro

O mundo assiste com perplexidade a crise que envolve os países da zona do Euro, se por um lado a arrogância de países que acreditavam estar acima do bem e do mal foi decisivo para essa situação, também, não se pode negar dos riscos que essa crise gera no conceito dos blocos econômicos e do livre comércio.

É preciso dizer que em parte essa crise é consequência da falta de medidas práticas após os primeiros sinais de deterioração da economia no ano de 2008, o que demonstra que o atual modelo de discussão liderado pelo G-7 encontra-se completamente ultrapassado.

Contribui para essa situação uma fraqueza de líderes que não estão a altura dos desafios e das necessidades atuais, excesso de improviso é uma característica que marca uma fragilidade do estado social, dos direitos conquistados pela sociedade que é muito mais vítima da má administraçao pública que propriamente vilã do panorama atual.

Várias perguntas estão sendo feitas na Europa, a Grécia deve ser expulsa do Euro? O Euro deve acabar? É possível seguir financiando a Grécia?

O fato é que a Grécia "maquiou" os dados da sua economia por anos, escondendo o real déficit orçamentário que mostrava ser impossível manter a política da torneira aberta na ilusão de que a Europa seguiria jorrando água nos cofres gregos.

Disso se pode concluir o grande problema da União Europeia, a falta de uma macro gestão comum da economia do continente, ou seja, embora tenha um banco central que estabelece taxas de juro unitária cada país tem autonomia de controlar o déficit como achar conveniente, de estabelecer regras de aposentadoria diversos, de permitir autonomias descentralizadas ou até mesmo de "maquiar seus dados"...

Isso gerou a falta de critérios que levaram a desequilíbrios onde os sócios pobres esperavam a ajuda dos sócios ricos num sentimento de arrogância onde jamais a Europa do alto da sua riqueza chegaria a uma situaçao de crise propiciando um endividamento colossal dos países.

O fato é que a Europa está de joelhos, perdida, sem rumo e esse é apenas o início das consequências de uma crise que pode ser devastadora para a economia mundial.

A questão em debate é o federalismo x soberania.

Para muitos alemães ou italianos, por exemplo, ser europeu significa deixar de ser alemão ou italiano, voltando-se constantemente a discussão embrionária do fim das fronteiras abertas entre os países ou o retorno ao velho franco, marco, pesetas, lira...

Enquanto vive na dubiedade entre o passado saudosista e o futuro desafiador a Europa se perde num presente que inevitavelmente mudará a maneira de encarar a economia e a política internacional à medida que não valerão mais velhos conceitos daquilo que pode significar pobreza ou riqueza.

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